Bob Rum fala sobre trajetória no funk e celebra: 'Escolhi ser o Silva que luta'

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MC lança documentário e reflete como 'Rap do Silva' continua atual, 26 anos depois de seu lançamento "São os mesmos problemas e as mesmas mazelas"





A verdade é que "todo mundo devia nessa história se ligar"! Há 26 anos, Moysés Osmar da Silva, mais conhecido como MC Bob Rum, lançava um dos maiores clássicos do funk carioca, o Rap do Silva. A canção que passeia por gerações contando a — muitas vezes dura — realidade dos moradoras de favela, se tornou um hino para aqueles que clamam por paz. Uma necessidade básica ainda muito distante da realidade do povo de periferia. Solta o rap, DJ!  
"Infelizmente, para os moradores de comunidades, onde 99% são pessoas de bem, a letra da música parece que foi feita ontem. São os mesmos problemas e as mesmas mazelas", reflete o funkeiro, aos 51 anos, cria da Favela João XXIII, em Santa Cruz, na Zona Oeste.
A canção politizada caiu no gosto popular e, até hoje, é um marco da nossa cultura. Bob, claro, se orgulha da composição que chegou despretensiosamente na Furacão 2000 e emplacou no disco Rap Brasil Vol. 2, de 1995, vendendo 250 mil cópias na época. 
"O 'Rap do Silva' nada mais é do que um grito de socorro. A cada covardia e banalização da vida tem um Silva por trás, uma mãe que chora, um pai que perde o filho, o filho que perde o pai... o triste é saber que a tendência é que este ciclo seja perpétuo", lamenta o MC.
Reafirmando seu local de fala como ex-morador de favela, o discurso, muitas vezes, o faz lembrar que nem só de tristeza vivem as comunidades, apesar das dificuldades. 
"Afirmo, sem sombra de dúvidas, que vivi os melhores dias da minha vida no João XXIII. Guardo em meu coração com carinho. Foi ali que aprendi as maiores lições de vida que carrego comigo. Hoje, homem formado e pai de família, me pego conversando comigo mesmo: 'Garoto, você era feliz e não sabia, que infância maravilhosa você teve", relembra, com brilho nos olhos, celebrando o sucesso do funk no mundo.
"A cultura funk é como diria Raul Seixas: uma metamorfose ambulante. Tem espaço para todos, e isso é muito bom, porque gera oportunidades, principalmente aos jovens de comunidades que se inspiram no gênero para viverem dias melhores", avalia o artista. 
Diferente do personagem de sua música mais famosa, Bob Rum é um dos Silvas que a estrela brilhou e continua iluminando as pessoas com arte. Agora, o cantor estreou o filme documental Bob Rum - A história de um Silva, que já está disponível na plataforma de streaming Amazon Prime. Lá, ele conta sua vitoriosa trajetória no funk.
"Poder contar a minha história sem filtro foi maravilhoso! Quem conhece o cantor Bob Rum nem imagina o quanto que as águas desta vida tentaram me derrubar, mas segurei na mão de Deus e fui. Eu tinha tudo pra ser o Silva que morre, mas escolhi ser o Silva que luta, com as armas da humildade, respeito e amor, por dias melhores", declara.

Créditos: Leonardo Rocha - O Dia 

 

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