FUNKEIROS: Concursos e shows são celeiros de novos MCs
16:00
Os ‘superstars’ da Estrada da Posse
Coyote diz que no começa desperdiçou
multo dinheiro. Agora, comprou um Monza e quer reformar a casa onde mora.
Rapozão, que perdeu os pais aos 10 anos de idade, também esta investindo na
ampliação de sua casa, no bairro Adriana.
Centenas de adolescentes pobres
lotam os bailes e festivais de funk do estado, em busca de fama e de uma chance
de vencer na vida, seguindo o exemplo de seus ídolos.
“— Participamos do concurso no Jardim Maravilha e ganhamos. O funk para a gente é tudo — diz Palito, que faz dupla com Beto.”
Bob Rum acredita que o movimento
faz parte da cultura carioca e, se deixar de ser um fenômeno nacional sobreviverá
no Rio.
“- O estilo está há muito tempo, mas só agora estourou. A Furacão 2000 tem 20 anos de estrada — lembra.”
Discriminação e violência são palavras
que estão se apagando do vocabulário dos funkeiros. Desde que o movimento
desceu dos morros e invadiu o asfalto, o funk passou a ser visto simplesmente como
uma forma barata de diversão. A diminuição das brigas é o resultado do trabalho
de conscientização feito pelos MCs e pelos lideres das galeras.
“— Ainda existem pessoas que nos consideram marginais. Quando começa uma briga, a gente para de cantar e diz para a galera que tem multa gatinha no salão. Afinal, pessoas estão lá para se divertir - conta Coyote.”
Bob Rum lembra que inicialmente,
os funkeiros eram vistos como jovens alienados. Mesmo tendo um diploma da
Villa-Lobos, só agora começa a ser reconhecido como músico no meio artístico.
Diversão é a palavra de ordem entre os funkeiros, traduzida nas coreografias
que vão surgindo no meio do salão e no palco. Com tanto romantismo e
sensualidade, o difícil é conter as fãs.
“— Chego em casa arranhado todo sujo de batom. Fica até difícil convencer que eu estava trabalhando – conta Bob Rum.
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