O que aconteceu com o funk?
21:09Sei que pra muita gente o funk é considerado um lixo, e sinceramente ouvindo o que está tocando hoje nos bailes e nas rádios, sou muitas vezes obrigado a concordar. Na verdade eu adoro funk. Sou do tempo que o tal estilo musical começou a explodir e ganhar o mundo, naquele tempo o funk nacional trazia realmente um movimento cultural, suas letras eram desabafos de jovens cansados da humilhação, segregação e violência. Eles utilizavam os raps para pedir paz nos bailes, união das massas e mais oportunidades para os favelados. Lembro até que dois mc’s – sigla que significa mestre de cerimônia e nada mais é que cantor de rap – fizeram o Brasil todo cantar o Rap da Felicidade, que bradava em seu refrão o seguinte apelo: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci, e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem o seu lugar”; isso sim era um desabafo e atrás desse vieram muitos outros.
O verdadeiro funk
O funk era um movimento cultural que aos poucos foi tomando conta da cidade e até do país, tinham cantores de funk no Xuxa Parque, no Criança Esperança e em muitos outros programas de TV, era uma revolução cultural. É claro que já naquele tempo haviam os raps de apologia ao crime, que defendiam bandidos e facções, mas estes eram a minoria. Também não posso negar que os bailes de comunidade, que eram bailes realizados em quadras de futebol dentro das favelas, eram organizados por traficantes visando atrair maior público para consumir as drogas, porém a grande maioria nada tinha haver com isso e iam lá pelo simples prazer de dançar e curtir o baile – eu fui a muitos e em muitas comunidades. Cheguei até a me aventurar no mundo dos mc’s, mas não fui muito longe.
Funk com letra
O que eu estou tentando dizer é que naquela época os raps tinham letras que falavam sobre alguma coisa, e essa coisa podia ser a fome, como o Rap das Crianças dos mc’s Willian e Duda, ou o amor, como o rap Lembranças, dos mc’s Nélio e Espiga. Este último era quase um hino nos bailes e iniciava assim: “Amor, sei que não dá mais. Acabou, entre nós já não existe mais nada, mas lembro um dia você me falou, jurou sempre me amar!”
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Créditos: Vilan de Souza Riberio - Feedback Magazine
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1 COMENTÁRIOS
Antes um movimento cultural do rio de Janeiro onde o funk era a voz do subúrbio, hoje uma falta de respeito a imagem da mulher.
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