Muro da Maré: Muro da Vergonha
05:17O bloco Se Benze que Dá e outros movimentos sociais se manifestaram contra o muro que esta sendo erguido nas Linhas Amarela e Vermelha, separando as favelas da Maré e Caju do restante da cidade. O evento, que ocorreu na praça da Nova Holanda, no último sábado (8/5), pôs início à campanha "Muro da Vergonha", que repudia o cercamento das favelas do Rio. Ao som de muito funk de raiz, aquele em que os MCs cantam o cotidiano da favela, a galera da Associação de Profissionais e Amigos do Funk (APAFunk) mandou o seguinte recado: “o governo tem tratado com descaso as comunidades. O dinheiro gasto no muro poderia ser utilizado em prol da sociedade”, disse MC Chacal.
Segundo o compositor do bloco e um dos organizadores do ato, Leonardo Melo, a ideia da campanha é o de incentivar o debate público sobre os muros dentro e fora da Maré. “Quanto mais posições acerca do assunto existirem, mais estaremos perto de uma sociedade realmente justa”, afirmou. No decorrer da manifestação, foi exibido um documentário em que os mareenses expressavam depoimentos indignados ao descobrirem que o projeto é da Prefeitura do Rio e que a Lamsa, concessionária da Linha Amarela, financia com R$20 milhões os gastos para esconder a Maré. “É uma segregação, mas a sociedade quer isso, maquiar a verdade. O muro é mais uma maquiagem”, disse Odair Azevedo, morador do Parque União.
O encontro também serviu para mostrar que nem todos os políticos estão de acordo com a prática de murar as favelas. O deputado federal Chico Alencar (PSOL), que esteve no ato, ressaltou que “esse muro é o absurdo da política brasileira. Faz-se uma obra caríssima que ninguém da comunidade pediu”. Já Marcelo Freixo, deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, declarou que os muros são um verdadeiro vexame. “Esse governo é vergonhoso, envolvido em esquemas de corrupção. Os jornais, toda hora, mostram isso. O cenário do Rio de Janeiro é o cenário de suas favelas. Elas não podem ser escondidas”, afirmou ao se pronunciar na praça da favela.
O vice-presidente da Apafunk, Mano Teko, que também está há anos na luta em busca por direitos humanos e pela valorização da cultura do povo, diz que o exercício de falar para e com a favela deve ser algo diário. “Estamos num processo de falar para os outros MCs o que está acontecendo, e isso deve ser feito aqui na Maré, e em todos os outros espaços que são nossos”.
A tentativa de cercar a Maré das principais rodovias do Rio vem desde o PAN 2007. Na ocasião, o jornal O Cidadão publicou uma carta de repúdio, organizada pela Rede Maré Jovem, na qual se discutia o quanto esta iniciativa discrimina e segrega os moradores de favelas de outros espaços da cidade. Ontem, o discurso era o de proteção das favelas, hoje, a estratégia é a de criar uma barreira acústica para evitar o som das vias. Isso é “conversa pra boi dormir”.
Segundo o compositor do bloco e um dos organizadores do ato, Leonardo Melo, a ideia da campanha é o de incentivar o debate público sobre os muros dentro e fora da Maré. “Quanto mais posições acerca do assunto existirem, mais estaremos perto de uma sociedade realmente justa”, afirmou. No decorrer da manifestação, foi exibido um documentário em que os mareenses expressavam depoimentos indignados ao descobrirem que o projeto é da Prefeitura do Rio e que a Lamsa, concessionária da Linha Amarela, financia com R$20 milhões os gastos para esconder a Maré. “É uma segregação, mas a sociedade quer isso, maquiar a verdade. O muro é mais uma maquiagem”, disse Odair Azevedo, morador do Parque União.
O encontro também serviu para mostrar que nem todos os políticos estão de acordo com a prática de murar as favelas. O deputado federal Chico Alencar (PSOL), que esteve no ato, ressaltou que “esse muro é o absurdo da política brasileira. Faz-se uma obra caríssima que ninguém da comunidade pediu”. Já Marcelo Freixo, deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, declarou que os muros são um verdadeiro vexame. “Esse governo é vergonhoso, envolvido em esquemas de corrupção. Os jornais, toda hora, mostram isso. O cenário do Rio de Janeiro é o cenário de suas favelas. Elas não podem ser escondidas”, afirmou ao se pronunciar na praça da favela.
O vice-presidente da Apafunk, Mano Teko, que também está há anos na luta em busca por direitos humanos e pela valorização da cultura do povo, diz que o exercício de falar para e com a favela deve ser algo diário. “Estamos num processo de falar para os outros MCs o que está acontecendo, e isso deve ser feito aqui na Maré, e em todos os outros espaços que são nossos”.
A tentativa de cercar a Maré das principais rodovias do Rio vem desde o PAN 2007. Na ocasião, o jornal O Cidadão publicou uma carta de repúdio, organizada pela Rede Maré Jovem, na qual se discutia o quanto esta iniciativa discrimina e segrega os moradores de favelas de outros espaços da cidade. Ontem, o discurso era o de proteção das favelas, hoje, a estratégia é a de criar uma barreira acústica para evitar o som das vias. Isso é “conversa pra boi dormir”.
Confira outras imagens feitas por Fancisco Valdean em http://www.ocotidiano.com.br/2010/05/grito-contra-o-muro-da-vergonha.html
Créditos: Alex Ferreira e Jéssica Ferreira/Colaboraram: Renata Souza e Gizele Martins/Fotos: Renata Souza O Cidadão do Bairro Maré
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