Sim ao funk, não à violência
23:19Após a morte de três pessoas num conflito entre policiais e traficantes no Morro dos Macacos (na Zona Norte do Rio de Janeiro) no dia 11 de julho, a Polícia Militar anunciou que vai proibir a realização de bailes funk em áreas consideradas violentas.
Esta medida já vem sendo adotada na Cidade de Deus e no Morro Dona Marta e causa indignação naqueles que, como eu, vêem o funk como manifestação cultural e não como indutor da criminalidade.
Atribuir a violência ao funk ou a qualquer forma de movimento cultural é um erro alimentado pelo preconceito. Assim como o samba, o funk nasceu nas camadas mais populares e retrata o cotidiano e as questões que envolvem a vida de quem mora na favela e nas comunidades.
Tem violência nas suas letras? Sim, mas este é o retrato da realidade de uma parte significativa da população. Ao conhecer esta realidade, podemos agir para mudá-la. Ao calar a voz daqueles que convivem com ela, aprofundamos as desigualdades.
O funk não cria a violência, assim como o samba não criou a malandragem. Tanto quanto os blocos de carnaval e as escolas de samba, cujas festas já foram incluídas no calendário de nossas cidades, o funk merece ter assegurado o seu espaço. Há um mercado vigoroso em torno dele, que é o dos bailes, onde são lançados cantores que fazem sucesso e conseguem ascender socialmente a partir do trabalho. Há problemas?
Sim, não podemos fechar os olhos para eles. Mas acredito que o primeiro passo para resolvê-los já está sendo dado. Com o avanço da ocupação social das comunidades, tudo que não precisamos é criminalizar os bailes funk. O que temos que garantir é o direito de que todas as manifestações culturais e sociais possam se dar em um ambiente de tranquilidade.
É este o sentido que deve ser trilhado: o da garantia da ordem e da segurança para todos e, principalmente, da paz. Ao estabelecer as regras, e sustento que elas devem existir, temos que trabalhar para que elas não inviabilizem a expressão popular. Se há problemas na lei que está sendo adotada pela polícia como desculpa para acabar com os bailes, vamos discuti-la, aperfeiçoá-la.
E, acima de tudo, tratar com respeito aqueles que encontram nos bailes a felicidade.
Créditos Texto: Jorge Picciani é deputado estadual pelo PMDB e presidente da Alerj.
Atribuir a violência ao funk ou a qualquer forma de movimento cultural é um erro alimentado pelo preconceito. Assim como o samba, o funk nasceu nas camadas mais populares e retrata o cotidiano e as questões que envolvem a vida de quem mora na favela e nas comunidades.
Tem violência nas suas letras? Sim, mas este é o retrato da realidade de uma parte significativa da população. Ao conhecer esta realidade, podemos agir para mudá-la. Ao calar a voz daqueles que convivem com ela, aprofundamos as desigualdades.
O funk não cria a violência, assim como o samba não criou a malandragem. Tanto quanto os blocos de carnaval e as escolas de samba, cujas festas já foram incluídas no calendário de nossas cidades, o funk merece ter assegurado o seu espaço. Há um mercado vigoroso em torno dele, que é o dos bailes, onde são lançados cantores que fazem sucesso e conseguem ascender socialmente a partir do trabalho. Há problemas?
Sim, não podemos fechar os olhos para eles. Mas acredito que o primeiro passo para resolvê-los já está sendo dado. Com o avanço da ocupação social das comunidades, tudo que não precisamos é criminalizar os bailes funk. O que temos que garantir é o direito de que todas as manifestações culturais e sociais possam se dar em um ambiente de tranquilidade.
É este o sentido que deve ser trilhado: o da garantia da ordem e da segurança para todos e, principalmente, da paz. Ao estabelecer as regras, e sustento que elas devem existir, temos que trabalhar para que elas não inviabilizem a expressão popular. Se há problemas na lei que está sendo adotada pela polícia como desculpa para acabar com os bailes, vamos discuti-la, aperfeiçoá-la.
E, acima de tudo, tratar com respeito aqueles que encontram nos bailes a felicidade.
Créditos Texto: Jorge Picciani é deputado estadual pelo PMDB e presidente da Alerj.
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