A história deste talentoso funkeiro chamado Alexandre, começa em 1978, ano de seu nascimento. Em 1991, aos 13 anos de idade, gosta de ouvir funk nas rádios, curtir bailes perto de sua casa e encontra no funk a inspiração para escrever suas próprias letras.

Em 1994 conhece Melvin, filho do DJ Corello, o “papa” do charme, que se identifica com suas composições e o leva até Borracha, (hoje conhecido como Galdino do grupo O Bando). Surge então uma amizade forte e os três criam o trio “Funk Rap”. Alexandre é apelidado de Teco- Teco e Melvin de Buzunga. Começa aqui a história de umas das duplas de MC’s mais conscientes e talentosas do movimento funk.

A primeira oportunidade é dada pelo DJ Português, no concurso de rap idealizado pela equipe "A Cova”, em Imbariê. Como Buzunga e Borracha já ensaivam há algum tempo, Teco se apresentou sozinho.

“Mesmo sendo longe e tendo que pegar várias conduções, eu topei, porque vi ali uma oportunidade em adquirir experiência de palco para outros concursos”.

Com muitos percalços e sem muitas oportunidades o trio se desfaz. Teco e Buzunga ficam parados durante um tempo, mas a vontade de cantar fala mais alto e participam do Festival de Rap da equipe “Studio LD", no “Aliados Campestre”, em Campo Grande.

O “Rap da Consciência” é escolhido para este festival. Sem uma galera para vibrar durante as apresentações, a dupla conquista o 5º lugar na competição.

Determinados, começam lutar por suas carreiras com mais afinco e inscrevem-se no concurso do “Sem Saída”, perto de casa, onde o fator “galera” já estava resolvido. Teco e Buzunga provam o quanto são talentosos e o troféu é levado para casa. A dupla é primeiríssimo lugar!

“Eu guardo esse concurso até hoje em minha memória. Foi muito emocionante ver todo mundo vibrando, a chuva de papel picado e a galera curtindo conosco a nossa primeira vitória.”

Chamam a atenção do empresário Sabino, que entrega uma fita demo do Rap a Claudinho que imediatamente aposta nos dois.

Conhecida nas comunidades e em alguns clubes a dupla ainda não toca nas rádios, mas já é sucesso por onde passa. O “Rap da Consciência” é apresentado ao público por DJ Marlboro durante sua programação na RPC.

Em casa apenas com seu pai, Teco, sente pela primeira vez a emoção de ouvir seu rap em uma rádio:

“Eu e meu pai estávamos sentados e quando começou a tocar o Rap da Consciência, parecia gol de Copa do Mundo. Meu pai saiu correndo pela rua, abraçando todo mundo, dizendo “É meu filho, é o Teko!!!!” Ninguém entendendo nada, depois, quando caiu a ficha, geral gritou e eu dentro de casa vibrando, chorando... Era a primeira vez que meu rap tocava na rádio. Todos os meus amigos ligando, parabenizando e apoiando. Eu estou rindo agora, mas no dia eu chorei muito.”

Uma semana depois da estréia da musica na rádio, Teco e Buzunga se apresentam no campo do “Melo Tênis Clube”, para uma platéia de cinco mil pessoas.

“O Melo pra gente foi o termômetro. A recepção foi estouro de boiada, tá ligado? Todo mundo curtindo, cantando, dançando, era de arrepiar! Quando saí do palco, eu sabia que estava no caminho certo, ali tive a certeza que Teko e Buzunga tinha acontecido, marcado o nome e já era sucesso.Agora tínhamos que batalhar pra criar a nossa história”

Compondo mais do que nunca, estudando, trabalhando pesado, fazendo shows por todo Brasil, em diversos tipos de eventos, (a dupla chegou a se apresentar em rodeios e feiras agropecuárias), começam a escrever suas histórias e conquistam todos os funkeiros por onde passam.

Depois do “Rap da Consciência”, gravam “Rap da Dignidade”, “Bob Marley”, “Forever to Love”, “Por causa de você”, “Pequeno Planeta” entre outros, todos fazem parte de coletâneas, confirmando o sucesso absoluto de palco, composição, shows e vendagem de LP’s e CD’s da dupla.

Durante uma viagem, Buzunga sofre um acidente de carro e acreditando que nada é por acaso, desisti de sua carreira e resolve entrar de cabeça na religião. Deixa o apelido de lado e passa a ser conhecido como Pastor Melvin.

Este episódio põe fim a dupla Teco e Buzunga.