MC's Cidinho e Doca
22:09Se outrora o funk era sinônimo de porradaria, depredação e corre-corre, hoje a coisa mudou totalmente de cara. O movimento é hoje uma realidade que a todo momento toca tanto em funkeiros, quanto em quem só curte o ritmo.
Filhos de famílias bem festivas, seus avós promoviam bailes dentro de suas próprias casas e passavam a noite toda dançando ao som de Michael Jackson, James Brown, Sandra de Sá, Roberto Carlos entre outros. Cidinho e Doca cresceram curtindo os pancadões da época.
Em 1992, criaram o grupo “The Soult”, onde cantavam e tinham quatro dançarinos. O ritmo era Charme e Hip-Hop, mas como ninguém trabalhava, não tinham dinheiro para manter o grupo, cada um foi para o seu lado e os dois deram um tempo nessa história de cantar.
Como a veia artística era muito forte, os dois resolveram voltar em dupla e começaram a fazer Raps. Muito conhecidos na Cidade de Deus e com várias hits dentro da comunidade, foram chamados para defender as galeras do “Caratê e Coqueiro-Azul” (bairros da Cidade de Deus), onde cantaram pela primeira vez o “Ciranda Cirandinha”, no Country Clube, Concurso de Galeras da Furacão 2000 e arrebataram o primeiríssimo lugar.
A partir daí, eles começaram a representar a Cidade de Deus em todos os concursos e não tinha para ninguém, o 1º lugar sempre era da dupla.
Decididos a seguir esse caminho, se juntaram a Kátia, (vizinha da dupla) e fizeram o “Rap da Felicidade”, um manifesto contra o racismo e discriminação que são submetidos os moradores das favelas.
A musica chegou as rádios em um domingo de sol, através da Rádio Imprensa, no programa da “Equipe Live”, Doca estava jogando futebol na pracinha do bairro e a vizinha aumentou o rádio no último volume. Cidade de Deus parou para ouvir, aquele que mais tarde seria o hino do funk, uma das musicas mais tocadas no Brasil e no mundo até hoje.
Ex-ajudantes de obra no Barramares, Cidinho e Doca têm em suas profissões um motivo de orgulho não só para família, mas também para comunidade, que viu esses garotos decolarem do baile da Praça do Lazer para o mundo.
Depois de 15 anos cantando juntos, CD’s gravados e várias músicas no topo das paradas, Cidinho e Doca resolveram seguir carreira solo:
“Bom, na verdade numa dupla, como num grupo, todo mundo tem suas idéias, né? Acabou a gente amigavelmente, entendeu? Separando. Mas tipo assim, nada que desabonasse a nossa amizade até porque nós somos amigos de infância, nos conhecemos desde pequenininho, as nossas famílias e a gente se gosta muito. Agora tem um lado ruim, que é o lado do publico que ta acostumado vê o “Cidinho e Doca” que muitas das vezes não entende muito a separação. Isso acontece em tudo quanto é grupo, né? Vários grupos de pagode já aconteceu, várias duplas de MC também, forró e tudo, mas tem um lado bom, por quê? Porque antes, quando as pessoas ouviam “Cidinho e Doca”, eles ouviam uma musica, agora eles vão ouvir duas, vão ouvir a musica do “Cidinho” e a musica do “Doca”, tendeu? Espero que o publico continue fiel aí a gente!”, explica Doca
Cidinho e Doca sempre serão estrelas queridas do funk sejam juntos ou separados, o público continuará retribuindo o respeito e o carinho. O blog apóia a carreira dos dois e torce pela vitória mútua.
Ouça
Rap da Felicidade
Rap da Cidade de Deus
Não me bate doutor
Rainha do Baile
Fazer Amor
Créditos Texto: Claudia Duarcha
2 COMENTÁRIOS
blz q todos nos temos problema mais nao vai ser a mesma coisa nao vai dar pra acostumar
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirNão é questão de acostumar, aqui a parada é ACEITAR, INCENTIVAR E RESPEITAR a decisão dos dois.
Eu como fã fico triste com a separação, mas respeito e torço demais pelo sucesso dos dois.
Cidinho e Doca sempre serão um dos mais importantes compositores, cantores e intérpretes do funk e isso independe de continuarem ou não juntos.
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