MC Alex - Força do Rap (In Memorian)
03:34
Sem ajuda, Projeto Futuro Feliz pode deixar crianças à margem do crime Programa que atende 800 crianças e adolescentes conta com MC Alex e solidariedade de moradores do Amarelinho.
Crescer entre as ruelas e becos do Conjunto Habitacional do Amarelinho, em Irajá, um das comunidades mais carentes da Zona Norte do Rio, poderia ser muito mais difícil, se não houvesse o trabalho solidário de moradores determinados a fazer o que o governo não faz.
Para oferecer às crianças da comunidade onde vivem cerca de quatro mil pessoas uma chance de escapar ao destino, às vezes inevitável, da vida do crime, um músico de funk reuniu voluntários e montou um projeto social que oferece gratuitamente aulas de esporte, dança e reforço escolar.
Sem qualquer apoio governamental, há quatro anos o funkeiro MC Alex conduz com ajuda de um grupo de professores voluntários o Projeto Futuro Feliz, que atende a 800 crianças e adolescentes carentes da comunidade.
Mas se até agora, o esforço do músico e de moradores tinha sido suficiente para manter o projeto funcionando, a falta de ajuda e recursos pode transformar o sonho em um pesadelo.
— Estamos pedindo socorro. Hoje a gente se mantém apenas com a minha ajuda e de alguns moradores que dão força. Uma padaria doa pães, uma fábrica de bebidas doa cestas básicas, mas está difícil continuar tocando — diz Alex.
Boa referência
A figura de MC Alex serve como um exemplo para as crianças da comunidade, acostumadas a encontrar referências apenas no crime.
Crescer entre as ruelas e becos do Conjunto Habitacional do Amarelinho, em Irajá, um das comunidades mais carentes da Zona Norte do Rio, poderia ser muito mais difícil, se não houvesse o trabalho solidário de moradores determinados a fazer o que o governo não faz.
Para oferecer às crianças da comunidade onde vivem cerca de quatro mil pessoas uma chance de escapar ao destino, às vezes inevitável, da vida do crime, um músico de funk reuniu voluntários e montou um projeto social que oferece gratuitamente aulas de esporte, dança e reforço escolar.
Sem qualquer apoio governamental, há quatro anos o funkeiro MC Alex conduz com ajuda de um grupo de professores voluntários o Projeto Futuro Feliz, que atende a 800 crianças e adolescentes carentes da comunidade.
Mas se até agora, o esforço do músico e de moradores tinha sido suficiente para manter o projeto funcionando, a falta de ajuda e recursos pode transformar o sonho em um pesadelo.
— Estamos pedindo socorro. Hoje a gente se mantém apenas com a minha ajuda e de alguns moradores que dão força. Uma padaria doa pães, uma fábrica de bebidas doa cestas básicas, mas está difícil continuar tocando — diz Alex.
Boa referência
A figura de MC Alex serve como um exemplo para as crianças da comunidade, acostumadas a encontrar referências apenas no crime.
— Eu vejo que muitas crianças entram na criminalidade porque não têm apoio ou opção.
Se alguém pobre nascido aqui na comunidade sai e se transforma em um ator de novela famoso, vira uma referência para a juventude. Quando a fama chegou para mim, comecei a pensar que era hora de fazer algo pela comunidade onde nasci — diz Alex.
O funkeiro assistiu de perto o drama de amigos de infância que acabaram se rendendo a um destino sem esperança.
— Vi muitos amigos se perderem, sabendo que eles não queriam seguir o caminho que seguiram. Se a comunidade se unir e fizer um trabalho sincero, pode dar uma opção pra quem quer seguir uma vida diferente — diz o MC.
Para participar das atividades tem que estudar
Divididos em três núcleos, os participantes tem aulas de percussão, capoeira, jiu-jitsu, futevôlei, futsal e reforço escolar. As atividades acontecem em dois turnos: manhã e tarde. Quem estuda pela manhã, freqüenta as aulas do projeto á tarde e vice-versa.
Em uma casa de dois andares, funcionam as salas onde os alunos têm aulas de reforço escolar, bateria e jiu-jitsu.
É lá que o lutador profissional e professor Johny "Cyborg" Santana, 27, ministra há dois anos e meio aulas de jiu-jitsu às suas "crias", como gosta de chamar os 56 meninos e meninas que treinam a arte marcial japonesa.
— A gente usa o esporte como filosofia pra tirar essas crianças das ruas. Só em vê-los evoluindo no esporte já me sinto realizado como profissional e como morador da comunidade — diz o professor.
Para participar, é preciso mostrar a carteirinha da escola com freqüência escolar. Só participa quem está matriculado e indo ao colégio. A recompensa para o trabalho duro vem dos sorrisos de crianças que trocaram as brincadeiras de polícia e ladrão pelo jogo de capoeira, o futebol e a música.
— O nosso alimento, que nos dá força para viver e continuar é a cultura. Isso aqui é um projeto de Deus, que supera ambições individuais — diz Jair Soares, professor da escolinha de bateria e teoria musical.
Com 23 anos de carreira, o músico que já foi da Orquestra Sinfônica da Bahia e já tocou com artistas como Tim Maia e Tânia Alves, hoje ensina 230 crianças entre sete e 18 anos. Um dos orgulhos de Jair é o grupo "Batuque de Jah", formado por nove meninos e meninas com idade entre 12 e 18 anos.
Com um repertório de 22 músicas, os adolescentes já fizeram apresentações no Palácio Guanabara e na Praça Onze, durante os desfiles em homenagem ao Dia de Zumbi. A música também foi o estímulo para quatro meninos. Com apoio de Alex, os garotos William, Rodrigo, Gian e Alisson formaram o grupo "Os Noturnos".
— A gente gostava de cantar e dançar então pedimos uma chance ao MC Alex — conta o vocalista William.
“Estive a ponto de cair na criminalidade”
O "papo reto" de MC Alex para a criançada é simples e pode ser ouvido em um dos funks do mestre de cerimônias. "A vida do crime não é fácil. Estude bastante e tente se formar".
A mensagem é entendida e compartilhada pela maioria, que só precisa de uma chance para alcançar uma vida longe do crime. É o caso do estudante de direito Élson Cordeiro Faria, 25.
Há sete anos ele teve que trancar a faculdade devido às dificuldades financeiras. A situação ficou tão difícil, que Élson chegou a pensar em aderir ao tráfico para garantir o sustento.
Hoje, Élson voltou à faculdade graças a uma bolsa de estudos conseguida através do projeto. Faltando dois anos para se formar, o jovem já pensa em retribuir a ajuda dando orientações jurídicas de graça à comunidade.
— Estive a ponto de cair na criminalidade. Quando tudo parecia perdido, o projeto apareceu na minha vida — conta Élson.
A escolinha de capoeira serviu para "colocar no eixos" o menino Rafael, de 14 anos. Buiú, como é apelidado, já tinha sido expulso de três colégios, mas hoje encontra motivação para o estudo ao ver que a maioria dos colegas estão no projeto.
— Ele viu os amigos da idade dele estudando para poder freqüentar a capoeira e isso acaba sendo uma influência positiva — conta Antônio Campos Soares, o "Mestre Bocoió", professor de capoeira.
Na parte mais carente da favela fica a quadra de futebol de salão, onde 70 crianças têm aulas diariamente. Lá, quem marca mais gols e não falta ao colégio ganha bolas, tênis e meiões. São presentes dados por Alex e pelo professor voluntário Joe.
O cara esta fazendo a parte dele. E você? Gostou do projeto? Se quiser mais informaçoes ou ajudá-lo de alguma forma entre em contato:
Se alguém pobre nascido aqui na comunidade sai e se transforma em um ator de novela famoso, vira uma referência para a juventude. Quando a fama chegou para mim, comecei a pensar que era hora de fazer algo pela comunidade onde nasci — diz Alex.
O funkeiro assistiu de perto o drama de amigos de infância que acabaram se rendendo a um destino sem esperança.
— Vi muitos amigos se perderem, sabendo que eles não queriam seguir o caminho que seguiram. Se a comunidade se unir e fizer um trabalho sincero, pode dar uma opção pra quem quer seguir uma vida diferente — diz o MC.
Para participar das atividades tem que estudar
Divididos em três núcleos, os participantes tem aulas de percussão, capoeira, jiu-jitsu, futevôlei, futsal e reforço escolar. As atividades acontecem em dois turnos: manhã e tarde. Quem estuda pela manhã, freqüenta as aulas do projeto á tarde e vice-versa.
Em uma casa de dois andares, funcionam as salas onde os alunos têm aulas de reforço escolar, bateria e jiu-jitsu.
É lá que o lutador profissional e professor Johny "Cyborg" Santana, 27, ministra há dois anos e meio aulas de jiu-jitsu às suas "crias", como gosta de chamar os 56 meninos e meninas que treinam a arte marcial japonesa.
— A gente usa o esporte como filosofia pra tirar essas crianças das ruas. Só em vê-los evoluindo no esporte já me sinto realizado como profissional e como morador da comunidade — diz o professor.
Para participar, é preciso mostrar a carteirinha da escola com freqüência escolar. Só participa quem está matriculado e indo ao colégio. A recompensa para o trabalho duro vem dos sorrisos de crianças que trocaram as brincadeiras de polícia e ladrão pelo jogo de capoeira, o futebol e a música.
— O nosso alimento, que nos dá força para viver e continuar é a cultura. Isso aqui é um projeto de Deus, que supera ambições individuais — diz Jair Soares, professor da escolinha de bateria e teoria musical.
Com 23 anos de carreira, o músico que já foi da Orquestra Sinfônica da Bahia e já tocou com artistas como Tim Maia e Tânia Alves, hoje ensina 230 crianças entre sete e 18 anos. Um dos orgulhos de Jair é o grupo "Batuque de Jah", formado por nove meninos e meninas com idade entre 12 e 18 anos.
Com um repertório de 22 músicas, os adolescentes já fizeram apresentações no Palácio Guanabara e na Praça Onze, durante os desfiles em homenagem ao Dia de Zumbi. A música também foi o estímulo para quatro meninos. Com apoio de Alex, os garotos William, Rodrigo, Gian e Alisson formaram o grupo "Os Noturnos".
— A gente gostava de cantar e dançar então pedimos uma chance ao MC Alex — conta o vocalista William.
“Estive a ponto de cair na criminalidade”
O "papo reto" de MC Alex para a criançada é simples e pode ser ouvido em um dos funks do mestre de cerimônias. "A vida do crime não é fácil. Estude bastante e tente se formar".
A mensagem é entendida e compartilhada pela maioria, que só precisa de uma chance para alcançar uma vida longe do crime. É o caso do estudante de direito Élson Cordeiro Faria, 25.
Há sete anos ele teve que trancar a faculdade devido às dificuldades financeiras. A situação ficou tão difícil, que Élson chegou a pensar em aderir ao tráfico para garantir o sustento.
Hoje, Élson voltou à faculdade graças a uma bolsa de estudos conseguida através do projeto. Faltando dois anos para se formar, o jovem já pensa em retribuir a ajuda dando orientações jurídicas de graça à comunidade.
— Estive a ponto de cair na criminalidade. Quando tudo parecia perdido, o projeto apareceu na minha vida — conta Élson.
A escolinha de capoeira serviu para "colocar no eixos" o menino Rafael, de 14 anos. Buiú, como é apelidado, já tinha sido expulso de três colégios, mas hoje encontra motivação para o estudo ao ver que a maioria dos colegas estão no projeto.
— Ele viu os amigos da idade dele estudando para poder freqüentar a capoeira e isso acaba sendo uma influência positiva — conta Antônio Campos Soares, o "Mestre Bocoió", professor de capoeira.
Na parte mais carente da favela fica a quadra de futebol de salão, onde 70 crianças têm aulas diariamente. Lá, quem marca mais gols e não falta ao colégio ganha bolas, tênis e meiões. São presentes dados por Alex e pelo professor voluntário Joe.
O cara esta fazendo a parte dele. E você? Gostou do projeto? Se quiser mais informaçoes ou ajudá-lo de alguma forma entre em contato:
Créditos Texto: Jornal O Povo/Foto: MC Alex
1 COMENTÁRIOS
fabiano ; vc faz um belo trabalo com as criansas saudade da força do rap. rap da gata abraços
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