Alerj cassa Álvaro Lins

21:17


Ex-chefe da Polícia Civil perde mandato com 36 votos, número mínimo para excluir um deputado.

Rio - O ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins (PMDB) tornou-se ontem o terceiro deputado estadual a ser cassado este ano pela Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Em sessão histórica, o plenário da Casa aprovou o pedido de cassação elaborado na semana passada pelo Conselho de Ética. A decisão só foi anunciada com a abertura do último dos 63 envelopes dos parlamentares presentes: era o 36º voto favorável à saída de Lins — exatamente o número mínimo necessário para decretar a perda de mandato, equivalente à metade mais um do total de 70 deputados da Alerj.


Lins ainda recebeu 24 votos a favor e contou com o apoio de mais três deputados que se abstiveram e sete que faltaram à sessão de ontem. Acusado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, descaminho para contrabando e formação de quadrilha armada, o ex-chefe de Polícia Civil perdeu também o direito a foro especial. Com isso, não há mais nenhum impedimento para que ele seja preso.

O delegado foi chefe da Polícia Civil nos governos de Anthony Garotinho — também indiciado por formação de quadrilha no mesmo inquérito de PF — e de sua mulher, Rosinha Garotinho.

Quando o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), disse “sim” depois de abrir o último envelope, a galeria central do plenário da Alerj, onde se concetravam os manifestantes contrários a Lins, explodiu em gritos de comemoração. Um dos que mais festejaram foi o delegado Alexandre Neto, um dos maiores desafetos do ex-deputado na Polícia Civil.

Acompanhado de advogados e seguranças, Lins saiu por uma das portas principais do plenário e não deu nenhuma declaração aos jornalistas. As galerias laterais — parcialmente tomadas por pessoas que apóiam o ex-chefe de Polícia Civil — silenciaram com o anúncio do resultado da votação.Apesar de apertada, a cassação de Lins é uma tentativa de recuperar a imagem da Alerj, desgastada pelos muitos escândalos envolvendo deputados e pela decisão de relaxar a prisão em flagrante do próprio Lins, em maio, após a Operação Segurança S/A da Polícia Federal.

Picciani chegou a articular de maneira discreta a favor da cassação. Evitou receber o parlamentar, que forçou um encontro na semana passada, e argumentou com deputados sobre a importância de se cassar o ex-chefe de Polícia. A Alerj convoca ainda hoje O suplente Renato de Jesus (PMDB) para substituir Álvaro Lins.

TORCIDAS A FAVOR E CONTRA A PERDA DE MANDATO

Durante toda a sessão, as galerias do plenário da Alerj permaneceram lotadas pelo público que queria acompanhar de perto a votação. Em clima de torcida de futebol, a platéia vibrava a cada voto apurado. Após a leitura do último envelope, que decretou a cassação do ex-chefe de Polícia Civil do Rio, os defensores da punição explodiram gritando: “Lins, fora! Lins, fora!”.

“Já estava na hora de essa Casa fazer Justiça. O povo está cansado de políticos corruptos”, destacou a publicitária Alessandra Martins, 33 anos, que acompanhou toda a votação. “Esse resultado trouxe um pouco de esperança para todos nós e serviu para mostrar que nem tudo está perdido na política fluminense. Os poderosos também precisam sentir o peso da lei”, disse a professora Adriana Facina, 37, que também marcou presença nas galerias da Alerj.

Acompanhado de 10 amigos, o DJ Marcelo dos Santos, 33, resumiu a expectativa do grupo. “Agora só falta o Judiciário fazer a sua parte para que a carreira criminosa dele (Lins) chegue ao fim”, cobrou Marcelo, que disse que iria ‘bebemorar’ o resultado da votação. De acordo com a equipe de segurança da Casa, 193 pessoas foram autorizadas a assistir a votação das galerias. Pelo menos outras 100 foram barradas.


Mais um vitória!!!!!! Nossa turma como sempre, marcando presença nos momentos mais importantes e participando das mudanças em nossa história. Infelizmente não pude ir, mas em pensamento estava lá. Valeu pessoal!!!!!!!!!!

(Créditos: O Dia)

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