O poder de Adriana Facina
22:44Eu costumo escrever no Blog baseada em minhas emoções, o que vivencio ou vivenciei, por isso voce encontra alguns posts repletos de fanatismos. Hoje saio de cena (com muito orgulho) e deixo a minha amiga Adriana Facina colocar em prática todo seu talento, profissionalismo, emoção, poder e sensibilidade neste relato.
O blog agradece mais uma vez por tudo que ela tem feito em relação ao movimento, MC's e o blog "Funk de Raiz", te-la do nosso lado é sinonimo de vitórias, admiração e orgulho.
Dri, obrigada por tudo, desde quando tudo começou!!!!!!!!!!!
Relato do encontro de MCs e Djs no dia 26.07.2008 em Niterói
Antes do início do encontro, o RJ TV (Globo) gravou uma reportagem, que foi ao ar no próprio sábado, com os MCs da antiga que estavam organizando o evento. A matéria pode ser assistida no site
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM860895-7823-MCS+QUEREM+REVIVER+FUNK+ANTIGO,00.html.
Ao meio-dia, MCs, DJs e amigos do funk começaram a chegar e, num trabalho coletivo, organizamos o churrasco, preparamos as comidas e arrumamos o som para a roda de funk. Claudinha, do blog Clássicos do Funk, fez, com ajuda de Pedro, estudante de História da UFF, um belíssimo mural-homenagem aos MCs e DJs. Rolou futebol (aliás, quem levou a bola favor devolver para podermos organizar a próxima pelada) e logo a roda começou, com MCs cantando antigos sucessos e novas composições. Como sempre, quando se trata da voz da favela, houve um problema de discriminação no prédio e uma tentativa de se impedir que o funk, mesmo sem apologia ou putaria, fosse tocado. Mas não atrapalhou a festa e acabou fortalecendo ainda mais a união de todos.
A roda foi interrompida às 15h para o início do debate. MC Leonardo apresentou para todos a situação do funk hoje e as reivindicações dos funkeiros. Lemos o Manifesto do Movimento Funk é Cultura, que foi apoiado por todos os presentes. Tiramos algumas linhas de ação:
1. Realizaremos um próximo encontro, visando organizar a Associação dos Amigos e Profissionais do Funk ,no Circo Voador, em agosto;
2. Faremos um plano de trabalho para realizar concursos de raps nas favelas e pensar projetos para garantir auto-sustentabilidade do movimento e uma produção cultural própria;
3. Pensarmos eventos e ampliação da divulgação do movimento, bem como os apoios de amigos do funk.
Os vereadores de Niterói Renatinho (PSOL), Paulo Eduardo Gomes (PSOL), Waldeck Carneiro (PT ex-secretário de educação de Niterói), o vereador do Rio de Janeiro Eliomar Coelho (PSOL), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e o deputado federal Chico Alencar (PSOL) se comprometeram com a elaboração de leis em diversos níveis definindo o funk como movimento cultural popular. Adair Rocha, representante do Ministério da Cultura, também se pronunciou em apoio ao movimento.
Depois dos debates, voltamos a fazer a roda, com muita animação e emoção. A energia da área verde foi cortada pela síndica do prédio, que tentou nos intimidar e expôs todo o preconceito existente quanto ao funk, dizendo que era coisa de bandido. Essa atitude dela terá de ser respondida na Justiça, pois entraremos com uma ação contra o condomínio. Mesmo assim, seguimos com a festa, desta vez no salão de festas do prédio, que também tinha sido alugado por nós.
Por volta das 20h, encerramos a festa. Antes do fim, entretanto, recebemos a presença de Marcelo Yuka, trazido por Orlando Zaccone, para fortalecer o movimento e também a saudação via rádio do MC Doca, que cantou algumas músicas na roda, mesmo à distância. Terminamos cansados, porém felizes e unidos na certeza de que foi só o começo e que muita coisa bonita vem por aí. Certos da capacidade e do poder que o funk tem hoje de se comunicar e transformar essa realidade em que vivemos.
Tamos juntos e misturados!
Das mais de 100 pessoas presentes, listamos algumas abaixo, lembrando que muitos MCs e DJs não puderam vir por não terem o dinheiro da passagem:
Das mais de 100 pessoas presentes, listamos algumas abaixo, lembrando que muitos MCs e DJs não puderam vir por não terem o dinheiro da passagem:
MCs: Gallo, Junior e Leonardo, Dolores, Mano Teko, Juninho, Carlinhos, Julinho Santa Cruz, William do Boréu, Tuy do Rep, Chaveirinho, Mulekes Facinho, Binho, Marcelo do Rap, Markinho, Raffa Carioca, Xandinho, Beto do Batô, Taffarel, Tiana, Vitinho, Lasca, Tuzinho, Marquinhos (Força do Rap) e Luciana Campos.
DJs: Babu, Marcelo Negão, Nil.
Representantes do MST e outros movimentos sociais: Mardonio Barros, Neto, Mariana Duque, Marcelão (MTD), Marcelo Edmundo (CMP).
Jornalistas e escritores: Silvio Essinger (autor do livro Batidão, uma história do funk), Marcelo Salles (Caros Amigos e Fazendo Media), duas repórteres do JB, Fernanda Chaves, Claudia Duarcha (blog Clássicos do Funk).
Autoridades: Adair Rocha (Ministério da Cultura), Chico Alencar (dep.federal PSOL), Marcelo Freixo (dep. Estadual PSOL), Eliomar Coelho (vereador PSOL), Paulo Eduardo Gomes (vereador PSOL), Renatinho (vereador PSOL), Waldeck Carneiro (ex-secretário de Educação de Niterói), Conrado Arias (conselheiro de Cultura de Niterói), Orlando Zaccone (delegado de Polícia).
Artistas: Marcelo Yukka (cantor e compositor), Ludi Um (cantor, compositor e conselhieiro de cultura de Niterói), Gas-Pa (coletivo de hip-hop Lutarmada), Delírio Black (coletivo de hip-hop Lutarmada), Andrea Rossi (cineasta italiano que está fazendo um documentário sobre funk).
Empresários: Lidiane Madureira, Jamaika.
Intelectuais: Adriana Lopes (lingüista), Alexandra Lippman (antropóloga), Adriana Facina (antropóloga), Hannah Sarnecki (antropóloga), Ana Claudia Tavares(advogada), Ivi Castillero(médica), Luciana Barcelos (historiadora), Pâmella Passos (historiadora) bem como os estudantes da UFF Ícaro Ferraz, Adriana Mattos, Raquel Santanna, Pedro Nunes e Silvia Oliveira.
Integrantes da Torcida Galoucura
(Créditos: Adriana Facina)
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